O pau-brasil se espalhava principalmente no litoral da Mata Atlântica, que cobria todo o Nordeste e Sudeste brasileiros, do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro.
A árvore também é conhecida pelos nomes de ibirapitanga, orabutã, ibirapita, muirapiranga, pau-rosado e pau-de-pernambuco, além do seu nome científico oficial em latim, “paubrasilia echinata”. O echinata quer dizer “porco-espinho” em latim e é uma referência aos espinhos que cobrem o tronco e os galhos do pau-brasil
Muito resistente a fungos, parasitas e insetos, diz-se que na Era dos Descobrimentos havia exemplares de pau-brasil com mais de 30 metros de altura nas costas brasileiras. Exemplares atuais, no entanto, ficam por volta de 12m de altura no máximo.
Não demorou muito para os navegadores descobrirem o grande potencial dessa madeira. Vermelha por dentro (dizem que o nome “brasil” vem do fato dela ser vermelha como brasa), sua coloração dava origem a belos móveis, objetos de decoração e instrumentos musicais.
Resistente,maleável e fácil de cortar, era usada para fazer reparos rápidos nos navios portugueses, uma atividade frequente nas viagens longas e difíceis que enfrentavam.
Além dos usos da madeira, a resina do pau-brasil (seiva) passou a ser rapidamente aplicada para fabricar tinta vermelha para tecidos como veludo.
A cor vermelha, naquela época, era sinônimo de riqueza, realeza, nobreza e poder, o que só aumentou o desejo e a procura pela árvore brasileira.
A tinta vermelha com base de pau-brasil foi comprovadamente utilizada em pinturas de grandes artistas da época, como mostram estudos recentes realizados em laboratórios europeus.
Então, além de tudo, o pau-brasil também era arte!
Foi por esses motivos que essa árvore se tornou um objeto de comércio tão cobiçado, e a primeira grande riqueza extraída pelos portugueses das terras brasileiras.
Até os franceses, em 1555, liderados por Villegaignon, invadiram o Brasil com o intuito de extrair a preciosa madeira do pau-brasil e assim enriquecer.
Auxiliados pelos tamoios, indígenas originários do território do Rio de Janeiro, Villegaignon e sua tripulação de huguenotes (cristãos protestantes) fundaram uma colônia que batizaram de França Antártica bem na região que hoje conhecemos como Baía de Guanabara.
A França Antártica existiu de 1555 a 1575, data na qual os franceses e tamoios foram finalmente derrotados pelos portugueses na Batalha de Cabo Frio.
Inclusive, o Rio de Janeiro foi fundado em 1º de Março de 1565 por Estácio de Sá com o expresso objetivo de expulsar os franceses da Guanabara.
Nicolas Durand deVillegaignon, vice-almirante, cavaleiro e diplomata francês, colonizador do Rio de Janeiro
A exploração do pau-brasil, fosse portuguesa, francesa ou holandesa, foi tamanha que a árvore entrou em processo de extinção, situação que dura até hoje, mesmo com inúmeros esforços para recuperá-la no Brasil.
A história do pau-brasil nos ensina sobre como os recursos naturais, mesmo aqueles considerados renováveis, como as árvores, que podem crescer de novo, ainda assim correm o risco de acabar se não forem extraídos com cuidado, cautela e consciência.
Se os portugueses e demais exploradores tivessem aprendido a replantar as árvores depois de cortá-las, ou pelo menos se tivessem esperado pela recuperação natural da floresta antes de colocá-la abaixo, eles teriam, a longo prazo, criado um negócio mais lucrativo, que poderia ter sustentado suas atividades no Brasil por séculos e séculos, gerando muito mais riqueza.
A madeira do pau-brasil ainda é usada, de forma controlada e sustentável, na construção de arcos para instrumentos de corda como o violino, a viola e o violoncelo.
Cobiçada especiaria que impulsionou as viagens dos exploradores em busca de novas rotas comerciais.
Valiosa especiaria que motivou os navegadores a atravessar oceanos em busca de fontes mais acessíveis.
A seda chinesa era um luxo tão desejado na Europa que estimulou as explorações em direção à Ásia.
O Ouro atraiu a atenção dos conquistadores espanhóis e portugueses, resultando em uma corrida pelo metal precioso.
A Porcelana chinesa era uma mercadoria de alto valor e requinte que impulsionou as explorações em busca de rotas para a China.
O Pau-Brasil era uma madeira valiosa que levou os portugueses a explorar e colonizar o Brasil no início do século XVI.