Algumas palavras e conceitos são fundamentais quando aprendemos sobre comércio, economia e finanças. Aqui estão algumas delas, que fazem parte até hoje do nosso dia-a-dia.
Se a gente parar para pensar, o dinheiro nada mais é do que um meio para fazer trocas, compras e vendas. Ele representa um valor, e com esse valor nós facilitamos muito a nossa vida.
Imagine que Manoel possui uma xícara de chá de porcelana que vale 5 reais e Joaquim tem uma bengala de pau-brasil que também vale 5 reais. Manoel quer muito a bengala e Joaquim também quer vendê-la. Manoel oferece a xícara em troca da bengala para Joaquim, mas Joaquim não gosta de chá, e agora?
Acontece que Maria está de olho na xícara do Manoel, e oferece 5 reais por ela. Com os 5 reais de Maria, Manoel finalmente consegue comprar a bengala de Joaquim. É para isso que serve o dinheiro.
Todas as compras e vendas do mundo seguem esse princípio do dinheiro como símbolo de um valor. Existem muitos tipos de dinheiros diferentes (o real, o dólar, o euro, o yuan da China, o rublo da Rússia, etc), cada um com seu próprio valor, e são eles que formam a base da economia global.
Comércio é a compra, venda e troca de mercadorias visando o lucro (lucro é ganhar mais do que se gasta).
O comerciante de sucesso compra os produtos pelo menor preço que conseguir para depois revendê-los pelo maior valor possível.
Era assim que os grandes navegadores portugueses da Era dos Descobrimentos faziam dinheiro: transportando mercadorias valiosas do outro lado do mundo para pessoas dispostas a comprá-las, mas não dispostas a fazer essas perigosas viagens atrás delas por conta própria.
Investir é gastar um pouco do seu dinheiro hoje para colher seus lucros ou arcar com seus prejuízos no futuro. Funciona mais ou menos como uma aposta. Existem muitas formas de investir, a maioria delas hoje é feita através dos bancos.
O príncipe Infante Dom Henrique, por outro lado, investia em embarcações. Com o dinheiro do reino de Portugal, Dom Henrique mandava construir caravelas e as enviava para viagens comerciais. Se uma das caravelas afundasse no caminho, ele perdia o dinheiro. Se ela voltasse, no entanto, ele ficava com um quinto (20%) das vendas realizadas pelo navio. E isso foi o suficiente para tornar o pequeno reino de Portugal um dos países mais ricos do mundo na época das Grandes Navegações.
Uma forma de diminuir riscos e perdas. Navegadores contratavam seguros navais para proteger suas caravelas.
Pagando uma pequena contribuição mensal, eles garantiam que se uma catástrofe acontecesse com a caravela, eles teriam pelo menos o valor do navio de volta. Era um jeito de reduzir os prejuízos caso o investimento na caravela desse errado.
Hoje em dia, podemos contratar diversos tipos de seguro para proteger nossas coisas e nós mesmos: seguros de carro, seguros de vida, seguros residenciais e até os planos de saúde funcionam da mesma forma que os seguros navais dos portugueses.
Quanto menos pessoas venderem determinado produto, maiores serão os preços.
Antigamente, no comércio do cravo-da-índia, por exemplo, apenas os árabes vendiam para a Europa, então eles podiam cobrar preços altíssimos dos compradores.
Os europeus não tinham alternativa, se quisessem o cravo, eles teriam que pagar.
Todo investimento, todo negócio e todo comércio tem seus riscos e oportunidades. O sucesso está em saber identificar esses riscos e escolher os menores.
Os portugueses durante as Grandes Navegações assumiram o grande risco de cruzar os oceanos do mundo em seus navios para fazer negócios, e deu muito certo!
Se eles tivessem tentado fazer a mesma coisa por terra, no entanto, poderiam ter sofrido perdas muito maiores nas mãos dos exércitos inimigos que povoavam a Europa, a África e a Ásia.
Vender aquilo que as pessoas já usam, precisam e apreciam não é nada fácil, mas é mais seguro do que se arriscar vendendo algo que as pessoas nem sabem ainda se querem ou não, um produto totalmente novo.
Os melhores negociantes são aqueles que lançam tendências, transformando produtos inéditos em fenômenos de vendas.
Foi o que os portugueses conseguiram fazer com a porcelana chinesa, um produto que passou de novidade para mania na Europa do século XVI.
É possível criar um negócio lucrativo, que gere riqueza para os vendedores e abasteçam os compradores com produtos, sem com isso destruir totalmente os recursos naturais da Terra.
A exploração irracional do pau-brasil pelos portugueses, que desmataram as florestas da Mata Atlântica e colocaram a árvore do pau-brasil em processo de extinção, nos ensinam o que NÃO fazer.
Há formas mais inteligentes de tirar as riquezas da Terra, sem que isso acabe nos prejudicando no futuro. Isso se chama crescimento sustentável: desenvolver sem destruir, vivendo em harmonia com a Natureza.
O valor de um produto tem muitas razões possíveis: sua raridade, sua utilidade, sua necessidade, sua complexidade, a quantidade de horas de trabalho que foram depositadas nele, a quantidade de vendedores oferecendo o produto no mercado (ver Controle de Preços e Concorrência), e muito mais.
Além disso, fatores como a História e a cultura de um povo também influenciam nesse valor relativo. É o caso do ouro, que era muito precioso na Europa já há milênios por estar associado à riqueza e à nobreza, mas que não tinha o mesmo valor para os indígenas do continente americano, que enxergavam outros artigos como preciosos.