PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA APRESENTAM

CARAVELAS

Imagine como era construir uma embarcação do tamanho de um prédio de 12 andares utilizando apenas madeira, cordas, tecido e alguns pregos, há 500 anos atrás. Você saberia por onde começar? Não se sinta mal, quase ninguém sabia.

Mistérios...

Esse era um segredo guardado a sete chaves pelos mestres navegadores portugueses, pois as caravelas eram sua arma secreta nas “guerras” comerciais do século XVI, a era das Grandes Navegações.

De fato, até hoje alguns aspectos da construção das caravelas
permanecem um mistério, tamanho era o sigilo sobre elas.

Mas o que as caravelas tinham de tão especial? Na verdade, as maiores e mais famosas caravelas portuguesas, as que cruzaram os mares e chegaram aqui no Brasil, na África, na Índia e na China, eram chamadas pelos seus tripulantes de “caravelas redondas”.

As caravelas redondas são um aperfeiçoamento de um modelo menor de caravela, “a caravela latina”, que era usada já há bastante tempo para viagens mais curtas em mares mais agitados.

Além de serem maiores para sustentar mais carga e tripulação, as caravelas redondas eram também apropriadas para navegar com velocidade por qualquer tipo de mar: os mastros com velas quadradas capturavam os ventos dos mares calmos.

Os mastros com velas triangulares (ou latinas), por sua vez, eram essenciais para navegar em dias de ventania agitada, até no sentido contrário do vento, e sem perder velocidade. No mundo, não havia navio que unisse tamanho, velocidade e versatilidade como a caravela redonda.

Mas por que elas precisavam ser assim, tão grandes, tão rápidas e tão aptas para qualquer tipo de mar?

Porque o reino de Portugal estava confiando nelas e em seus navegadores para uma importante missão: a missão de vasculhar todos os mares do mundo conhecido e desconhecido em busca de riquezas.

E foi o que eles fizeram, mas não sem antes investirem um bom dinheiro no projeto.

Caravelas não saíam barato, nem muito menos a sua tripulação. E com muitos perigos no oceano, não era garantido que elas dessem retorno. Podiam afundar, pegar fogo, ser roubadas, ter seus tripulantes sequestrados ou até mortos. Os riscos eram enormes. Mas os lucros, quando tudo dava certo, eram maiores ainda. Uma caravela era um investimento. Para ensinar o que é investimento, chamamos o príncipe português Infante Dom Henrique, o Navegador, para explicar:

Olá, gajos! Me chamo Henrique.

Fui um príncipe português obcecado por caravelas.

O primeiro de muitos! Quando eu mandava construir uma caravela, eu usava o dinheiro da minha família, que era o dinheiro de Portugal, para pagar os construtores e materiais.

Depois disso, eu pagava uma tripulação para navegar a caravela pelo mundo.

Se o navio se perdesse, eu também perdia. Se ele voltasse cheio de riquezas, eu ficava com um quinto, ou 20%, de tudo que eles vendessem.

E isso já fazia tudo valer a pena! 

Investimento é isso, meus gajos, apostar seu dinheiro hoje para colher os retornos no futuro, sejam eles positivos ou negativos.

O príncipe português Infante Dom Henrique, o Navegador

uma aposta segura

Era possível diminuir o risco da perda de uma caravela contratando um seguro naval para ela. Seguros para navios funcionavam da seguinte forma: você pagava uma contribuição mensal para o segurador e ele garantia que, se a caravela se perdesse por algum motivo, seu dono teria o dinheiro equivalente ao valor da  caravela de volta. Porém, se nada acontecesse com o navio, o segurador apenas embolsava o dinheiro da contribuição.

Hoje, nós temos muitos seguros que funcionam assim: seguro
de vida, seguro para carros, seguro para casas e até os nossos
planos de saúde. Nós pagamos por eles todo mês para garantir
que, quando a gente precisar de ajuda, não faltará assistência.

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CRAVO-DA-ÍNDIA

Cobiçada especiaria que impulsionou as viagens dos exploradores em busca de novas rotas comerciais.

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